Alimentação da família

Como nutricionista e mãe, eu me preocupo com alimentação da família, especialmente de minha filha adolescente. Ela aprecia alimentos saudáveis, gosta de comer saladas cruas (dá gosto de ver), todas as frutas, tomate seco. Fã de preparações diferentes para maioria da tribo: quiches, batata rosti, tomate seco, caponata de berinjela e outras mais triviais como biscoitos integrais artesanais, macarrão integral ao alho e óleo, brócolis e suflê de chuchu e outros sabores.

Está numa fácil resistente, mas a semente foi plantada. As exceções ficam por conta de bolo de chocolate e pizza marguerita e algumas bobagens compartilhadas com os colegas de escola. Estes comem muitas bobagens. Recentemente saímos e uma colega de escola de minha filha comentou que não come nenhuma verdura e poucas frutas. Não gosta nem de bolo, gosta mesmo é de comer bife com batata  frita ou hamburguer e muitas bobagens!

Estas adolescentes me preocupam. Algumas já estão com sobrepeso, outras não. Algumas têm mães que são obesas, que também gostam de carne e massas. Elas pensam que nada vai mudar. Não sabem que na adolescência com a dinâmica da vida, o intenso metabolismo do corpo e atividade física (os que fazem), tudo que comem é usado como energia para produção de tecidos e hormônios. Como será o futuro de seu corpo e mente?

Mas chegará o tempo em que este sistema vai mudar. São nativos virtuais e que cada vez mais ficarão conectados e sedentários. Alguns têm preocupações com questões estéticas, mas este não deve ser o objetivo. Saúde é o que nos mantém com disposição física e mental. Que relação está sendo construída destes adolescentes com a comida?

Quando estão ligados na telinha comem pela vontade de comer, frequente em atividades passivas e não pelo sinal de fome. Eles são pouco reflexivos em relação ao mundo e suas transformações e agem do mesmo modo em relação às suas próprias transformações  interiores sejam elas de ordem física ou psicoemocional.

Não vamos viver para sempre, isto é um fato!. Contudo precisamos viver bem para cumprir nossa missão de existência nesta terra. Aqui a vida é limitada pelo tempo computado às nossas vidas. Este período pode ser de qualidade ou não.


Assusta-me atender crianças com déficit de vitamina D, com índices alterados de gordura, com esteatose (pasmem!), trombose, diabetes, hipertensão. Já não estamos deixando um mundo maravilhoso para elas. Não imaginávamos quanto nosso consumo produziria de resíduos sólidos, gasosos e líquidos para o meio ambiente. Estamos no meio de uma transição angustiante. Esperávamos deixar ao menos um legado emocional para os nossos filhos, para eles continuarem a administrar o planeta. Contudo grande parte da população não se considera responsável, nem mesmo crê nos resultados de suas ações. Vivem (os) de forma irresponsável não percebendo o impacto de nossas ações e atitudes. Pelo menos deste lado do planeta (América, Europa e parte da África) a vida parece continuar tranquila: produzindo, consumindo, sendo levados pelas ondas tecnológicas e financeiras.

Para refletir: Que adultos estão sendo formados para este mundo conturbado, natureza agredida, sociedade corrompida? Pouco reflexivos, insensíveis, debilitados física e mentalmente, condicionados à dependência, desorientados. Somos (ir) responsáveis pelo que está acontecendo. Exercite, contribua em sua esfera de ação para um mundo melhor, enquanto vivermos aqui.